Um boletim informativo sobre a canábis e os canabinóides como medicamentos
De acordo com carta do sr. H. Hoogervorst, Ministro da Saúde, Bem-Estar e Esportes da Holanda, para o parlamento (31/Outubro) os governos canadense, alemão e italiano demonstraram interesse na Cannabis para fins medicinais produzida sob supervisão do ministério da saúde e vendido em farmácias do país.
Uma medida que tornaria o estado de Dakota do Sul o 12º nos EUA com uma legislação para o uso medicinal de Cannabis conseguiu o suporte de 48% em votação ocorrida em 7 de novembro. Essa é a primeira derrota do uso medicinal de Cannabis nos EUA. Medidas que legalizariam a posse de pequenas quantidades de maconha no Colorado e Nevada conseguiram o apoio de 40 e 44% dos votantes respectivamente.
O governo italiano decidiu que no futuro a Cannabis poderá ser usada para o tratamento da dor. O parlamento ainda precisa votar a questão. A medida “não tem nada a ver com baseados” de acordo com o Ministro da Saúde Lívia Turco. A reforma só entrará em vigor após aprovação pela Câmara dos Deputados e Senado. A oposição está dividida na questão. Enquanto os ultra-nacionalistas acusam o governo de legalizar uma droga leve, Chiara Moroni, do partido Forza Itália de oposição a Silvio Berlusconi defendeu a decisão.
Pesquisadores da University of Innsbruck, Áustria, conduziram um estudo cross-over com o canabinóide sintético nabilona em 13 pacientes que sofriam de dor crônica devida à espasticidade da Síndrome do Neurônio Motor Superior. Os participantes receberam 1mg de nabilona ao dia em uma fase do tratamento e placebo em outra fase. Onze pacientes completaram o estudo. A nabilona causou diminuição significativa da dor, enquanto a espasticidade, a função motora e as atividades de vida diária não foram alteradas. Não foram evidenciados efeitos colaterais importantes. Um dos pacientes que não terminou o estudo experienciou fraqueza moderada e transiente dos membros inferiores, enquanto o outro sofreu uma reagudização da Esclerose Múltipla.
Dependentes químicos infectados pelo vírus da Hepatite C conseguem continuar seu tratamento antiviral durante o tempo previsto com maior freqüência quando usam cannabis e podem ter melhor evolução, de acordo com cientistas da Universidade da Califórnia que publicaram estudo no European Journal of Gastroenterology and Hepatology. O uso de cannabis pode aumentar a tolerância aos efeitos colaterais dos antivirais, que combatem o vírus mas frequentemente causam febre, calafrios e dor muscular a articular, de acordo com os pesquisadores.
São esperados ainda este ano estudos clínicos (em Fase III) com Sativex, um extrato de cannabis produzido pela companhia britânica GW Pharmaceuticals, pela primeira vez nos EUA. A GW recebe suporte da consultora Apjohn Group, contratada pela GW no início de 2005 para ajudar a acelerar os estudos clínicos nos EUA. Os estudos atuais são direcionados para pacientes com câncer avançado cuja dor não é aliviada por opióides (como a morfina), de acordo com a GW.
Recentemente diversos clubes de cultivo de cannabis foram fundados na Espanha, cuja legalidade foi agora confirmada por cortes da Catalunha e região Basca.
Médicos de um hospital em Viena, Áustria, conduziram estudo clínico controlado com placebo com nabilona em 30 pacientes que sofriam de dor crônica resistente ao tratamento. Durante período de 14 semanas os pacientes receberam nabilona ou placebo cada por quatro semanas adicionada a medicação que já usavam. Os próprios participantes escolheram a dosagem da droga, entre 1 e 4 cápsulas correspondendo a 0,25 – 1mg de nabilona ou placebo por dia. Nas 16 semanas seguintes os pacientes puderam escolher livremente sua droga preferida (droga A ou B).