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Boletim da IACM de 21 de janeiro de 2013
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Ciência/Humanos — De acordo com uma pesquisa, a cannabis pode ser útil em alguns pacientes com cefaleia em racismo.
Uma pesquisa realizada com 139 pacientes com cefaleia em racismo sugere que um número considerável de pessoas com esta condição pode beneficiar com um tratamento com cannabis. O questionário foi distribuído e avaliado por cientistas do Centro de Cefaleia de Emergência do Hospital Lariboisière, em Paris, França. 63 dos 139 participantes (45,3 %) tinham um histórico de uso de cannabis.
Entre os 27 pacientes (19,4 % do total do grupo) que utilizaram cannabis para tratar crises de cefaleia em racismo 25,9 % relataram alguma eficácia, 51,8 % efeitos variáveis ou incertos, e 22,3 % efeitos negativos. Os autores concluíram que "O uso da cannabis é muito frequente em pacientes com cefaleia em racismo, mas a sua eficácia no tratamento das crises é limitada. Menos de um terço dos utilizadores mencionaram um alívio durante as crises após a inalação". Dada a dor intensa e os efeitos limitados da medicação standard em muitos pacientes as opções de tratamento adicionais são bem-vindas e necessárias.
Legisladores checos votaram no dia 7 de Dezembro para permitir que a cannabis e as drogas dela derivadas estejam disponíveis à prescrição em farmácias a partir do próximo ano. Apenas cannabis importado estará disponível durante o primeiro ano, após o qual o Instituto Checo para o Controle de Drogas distribuirá licenças aos produtores locais. A câmara superior do Senado deverá aprovar o projeto de lei, que deve também ser ratificado pelo presidente.
"O objectivo da proposta é tornar a cannabis medicinal acessível aos pacientes que precisam dela e que já a utilizam hoje em dia, mesmo sendo ilegal", afirmou Pavel Bem que pertence ao grupo de deputados que criaram o projecto de lei. A República Checa já permite o cultivo, a posse e o consumo – mas não a venda – de pequenas quantidades da maioria das drogas ilícitas e considera a posse de menos de 15 gramas de cannabis como legal.
EUA — Obama quer tolerar a legalização da cannabis no Colorado e em Washington
Numa entrevista para a televisão difundida a 14 de Dezembro, o presidente Barack Obama foi questionado sobre a legalização da cannabis ao que respondeu: "Eu não iria tão longe." Mas o presidente não vai perseguir os consumidores dos estados onde os eleitores legalizaram o uso da cannabis nas eleições de Novembro. A cannabis continua a ser ilegal sob a lei federal.
Obama acrescentou que: " não faz sentido , de um ponto de vista de priorização, focalizar a atenção no uso de drogas em estados onde agora o mesmo é legal. A cannabis tornou-se oficialmente legal no Estado de Washington no início de Dezembro, e vai ser legal no Colorado em Janeiro.
Notícias
Reino Unido — Os legisladores querem estudar a possível legalização das drogas
A Grã-Bretanha deve considerar a legalização do uso de drogas e analisar modelos internacionais de descriminalização, afirmam os legisladores num relatório de 10 de Dezembro. A Comissão dos Assuntos Internos do Parlamento disse que a política da Grã-Bretanha sobre as drogas não estava a funcionar e pediu ao governo de nomear uma comissão real para analisar a questão. "Acreditamos que existem agora, mais do que nunca, razões para uma revisão fundamental de toda a política de drogas do Reino Unido no contexto internacional, para estabelecer um pacote de medidas que serão eficazes no combate aos danos causados pelo uso de drogas, tanto no nosso território como no estrangeiro ", diz o relatório.
EUA — A maioria dos americanos a favor da legalização da cannabis
Segundo uma sondagem efectuada pelo Instituto da Universidade de Quinnipiac, a mesma indica que 51 % dos cidadãos americanos são a favor da legalização contra 44 % contra. Os homens apoiam a legalização em 59 % contra 36 %, mas as mulheres são contra, em 52 % contra 44 %. Os eleitores de 18-29 anos de idade apoiam a legalização a 67 % contra 29 %, enquanto que os eleitores com mais de 65 anos são contra, em 56 % contra 35 %.
Ciência/Humanos — O consumo de cannabis pode aumentar o risco de pneumotórax
Numa análise a 20 pacientes com pneumotórax 13 eram consumidores regulares de cannabis. Os consumidores de cannabis apresentam também um maior risco de pneumotórax recidivante. Os autores escreveram: "Apesar do pequeno tamanho da amostra, parece haver uma ligação entre o uso de cannabis e a prevalência de pneumotórax. Não está claro se a cannabis contribui directamente para o desenvolvimento de pneumotórax, ou se apenas agrava uma condição fundamentalmente frágil de parênquima pulmonar. "
Pécsi Tudományegyetem, Klinikai Központ, Pécs, Hungria.
Jakab L, et al. Magy Seb 2012;65(6):421-5.
Ciência/Animais — Perda de receptores CB1 provoca declínio da memória
A capacidade de aprendizagem de ratos saudáveis foi comparada com a de ratos sem receptores CB1. Nos primeiros meses não houve diferença, mas aos 12 meses de idade, os ratos sem receptores CB1 mostraram alterações do desempenho em testes de aprendizagem. Os autores concluíram que a perda de receptores CB1 "conduz a uma perda precoce da memória relacionada com a idade."
Instituto de Psiquiatria Molelucar, Universidade de Bonn, Alemanha.
Albayram O, et al. Front Aging Neurosci 2012;4:34.
Ciência/Humanos — Relação recíproca entre o uso de cannabis e a psicose
Num estudo com 2.120 adolescentes, que foram examinados aos 14, 16 e 19 anos de idade, o consumo de cannabis aumentou ligeiramente o risco de psicose e a psicose aumentou o risco de consumo de cannabis. Os autores escreveram: "O consumo de cannabis prevê a vulnerabilidade à psicose em adolescentes, e vice-versa, o que sugere que há uma associação bidirecional causal entre os dois."
Department of Clinical Child and Adolescent Studies, Faculty of Social Sciences, Leiden University, the Netherlands.
Griffith-Lendering MF, et al. Addiction. 7 Dec 2012. [na imprensa]
Ciência/Animais — Um endocanabinóide pode ser útil no tratamento da epilepsia
Num modelo de rato com "crises de ausência " de epilepsia o endocanabinóide palmitoylethanolamine (PEA) demonstrou propriedades anti-ausência. Isto pode dever-se à activação dos receptores CB1 visto que o bloqueio dos receptores CB1 aumenta os efeitos de ausência.
Department of Health Science, School of Medicine and Surgery, University "Magna Graecia" of Catanzaro, Catanzaro, Italy.
Citraro R, et al. Neuropharmacology. 1 Dec 2012. [na imprensa]