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Boletim da IACM de 12 de setembro de 2014
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Ciência/Humanos — A cannabis vaporizada é segura e eficaz no tratamento da dor neuropática
Oito pacientes que tinham dor neuropática crônica alcançaram uma redução significativa na intensidade da mesma após a inalação de cannabis com um vaporizador. Este é o resultado de um estudo aberto realizado por pesquisadores israelitas e publicado no Journal of Pain and Palliative Care Pharmacotherapy. O objetivo principal foi determinar a farmacocinética, segurança, tolerabilidade, eficácia e facilidade de uso do Syqe, um novo inalador portátil térmico para cannabis. Os pacientes estavam em um regime estável de analgésicos que incluiu a cannabis medicinal. Receberam uma dose de cannabis equivalente a 15 mg de THC.
A concentração máxima de THC em plasma foi 38 ng/ml, que foi alcançado em média aos 3 minutos. A redução média da intensidade da dor foi de 45% e aconteceu 20 minutos após a inalação, retornando à linha basal após 90 minutos. Em relação a tolerabilidade, o único evento adverso foram as tonturas, com uma duração de 15-30 minutos e não precisou de qualquer intervenção .
Canada — Várias empresas de cannabis medicinal estão preparadas para sair a bolsa
Quatro produtores de canábis medicinal canadense estão trabalhando em transações que lhes permitirão entrar no mercado acionário nas próximas semanas. Mettrum Ltd, organograma Inc, Bedrocan Canadá Inc e PharmaCan Capita vão se juntar a Tweed Marijuana Inc., o único produtor que está listado na TSX Venture Exchange, uma bolsa de valores no Canadá. Uma vez que essas empresas se tornem públicas os investidores poderão direta ou indiretamente comprar ações de sete, incluindo os três parceiros de PharmaCan, dos 13 produtores de canábis medicinal aprovados pela Health Canada (Ministerio de Saúde do Canadá).
Tweed foi lançado em Abril e tem um valor no mercado de 101 milhões de dólares canadenses (70 milhões de euros). Várias empresas de canábis medicinal são negociadas no mercado menos claramente definido dos medicamentos de venda livre nos Estados Unidos. Mas os regulamentos que regem em todo o Canadá sobre a cannabis medicinal faz distingui-lo do mercado dos Estados Unidos, onde a cannabis é ilegal a nível federal, e isto faz com que o mercado canadense seja atraente tanto para os investidores canadenses como para os estrangeiros. O parceiro da produtora de cannabis medicinal holandês Bedrocan BV vale hoje 57 milhões de dólares canadenses (40 milhões de euros). Seu rival, Mettrum, com sede em Toronto, espera se que seja avaliada em 80 milhões de dólares (55 milhões de euros). OrganiGram é avaliada em 35 milhões de dólares canadenses (24 milhões de euros). PharmaCan foi avaliada pela última vez em 50 milhões de dólares canadenses (34 milhões de euros)
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Reuters de 6 de Agosto de 2014
Ciência/Humanos — O THC pode ser detectado no sangue até 16 dias após o último consumo de cannabis
16 dias após o último consumo de cannabis os níveis de THC de 28% dos pacientes que foram tratados em vários hospitais na Alemanha ainda estavam acima de 1 nanogramo por mililitro (ng/ml) no soro do sangue. Este é o resultado da pesquisa publicada na revista Drug and Alcohol Dependence por investigadores do Departamento de Psiquiatria, Psicoterapia e Psicossomática do Evangelisches Krankenhaus Castrop-Rauxel e do Departamento de Comportamentos Adictivos e Medicina das Adicções, LVR-Klinikum Essen.
Os cientistas incluiram 39 dependentes crônicos de cannabis em tratamento no estudo. Foram analisados na admissão e nos dias de abstinência, 2, 4, 8 e 16. Os sintomas de abstinência atingiram o seu auge no dia 4. As mulheres tinham sintomas significativamente mais fortes do que os homens. Os níveis séricos de THC-OH diminuíram mais rapidamente abaixo do limite de detecção, em média no dia 4. No dia 16 de retirada os níveis de THC de 28% dos pacientes estavam ainda acima de 1 ng/ml (intervalo: 1´3 a 6´4ng/ml). Os investigadores concluem afirmando que "o THC residual está no soro de quase um terço dos pacientes no dia 16 de abstinência".
Notícias
Alemanha — Petição para o Bundestag alemão sobre a cannabis como medicamento
Desde 13 de Agosto de 2014 pode se assinar a petição feita pelo Dr. Franjo Grotenhermen, presidente da Associação Alemã para a Cannabis como Medicamento, para a Comissão das Petições do Bundestag alemão. O período de coleta quer online como offline das 50.000 assinaturas necessárias para chegar a que dita comissão estude o pedido termina em 10 de setembro de 2014. Todos os cidadãos de todas as nacionalidades e países podem assinar e são convidados a fazê-lo. Os custos de medicamentos baseados em cannabis serão reembolsados. Os pacientes com um atestado médico confirmando que precisam de tratamento com cannabis não serão perseguidos por posse ilegal de cannabis.
Website do pedido de Grotenhermen
EUA — Pode começar agora o estudo clínico com cannabis em doença falciforme
Um estudo clinico com canábis medicinal poderia fornecer nova esperança para pessoas que sofrem de anemia falciforme. O investigador principal, o Dr. Donald Abrams do Hospital Geral de San Francisco, mostrou que ratos com doença falciforme tratados com cannabis com um teor elevado em CBD mostraram menos dor e menos inflamação. Agora, tem luz verde para iniciar um estudo em humanos com fundos federais e cannabis federal.
ABC News de 14 de Agosto de 2014
EUA — Os cidadãos do distrito de Columbia votarão sobre a legalização da cannabis
Em Novembro de 2014 vai ser votada em referendo uma iniciativa para legalizar a posse de cannabis em Washington DC. A Campanha Cannabis DC apresentou 57.000 assinaturas para o referendo no mês passado, mais que o dobro do número necessário.
Reuters de 6 de Agosto de 2014
Ciência/Animais — O THC e o CBD podem ser benéficos na doença de Alzheimer
Os extratos de THC e CBD, bem como a combinação de ambos os canabinóides, conservam a memória num modelo do rato de doença de Alzheimer. O estudo mostra que a combinação de THC e CBD apresenta um perfil terapêutico melhor que cada componente da cannabis por separado. Universidade de Barcelona, Espanha.
Aso E, et al. J Alzheimers Dis. 14 de Agosto de 2014. [na imprensa]
Ciência Canada — Os reumatologistas canadenses tem falta de confiança em seus conhecimentos sobre cannabis
Um inquérito on-line revelou que os reumatologistas não têm confiança em seus conhecimentos sobre canabinóides em geral e na sua competência para prescrever qualquer cannabinoide para condições reumáticas. Em consonância com esta incerteza, há relutância em prescrever preparações de canabinóides para pacientes de reumatologia. Divisão de Reumatologia, Hospital Geral de Montreal, Canadá.
Fitzcharles MA, et al. BMC Musculoskelet Disord 2014;15(1):258.
Ciência/Humanos — Uso de cannabis afeta a concentração sanguínea de citocinas em pacientes com esclerose múltipla
O consumo de cannabis reduz os movimentos de certas células do sistema imunológico (monócitos) e os níveis plasmáticos de determinadas citocinas (CCL2 e IL17), que tem efeitos sobre a inflamação em pacientes de esclerose múltipla e nas pessoas saudáveis. A pesquisa constatou também um aumento significativo do endocanabinóide anandamida (AEA) no sangue de pacientes com esclerose múltipla.
Centro para o Estudo da Cannabis e da Política Social, Seattle, EUA.
Sexton M, et al. Inflammopharmacology. 19 de Agosto de 2014. [na imprensa]
Ciência/Animais — 2-AG tem efeito antidepressivo e ansiolítico em ratos
O bloqueio da degradação do endocanabinóide 2-AG (2-araquidonoilglicerol) produz efeito ansiolítico e antidepressivo e aumenta a formação de células nervosas em uma região do cérebro (o hipocampo).
Departamento de Farmacologia e Toxicologia, Faculdade de Medicina de Wisconsin, Milwaukee, EUA.
Zhang Z, et al. Hippocampus. 12 de Agosto de 2014. [na imprensa]
Ciência/Animais — O THC não tem efeito em um modelo do VIH em macacos
A administração crônica de THC falhou ao proteger o macacos rhesus fêmeas infectados por VSI de uma morte precoce. O vírus SI é o equivalente do VIH dos seres humanos. Em 2010, o mesmo grupo de pesquisadores relataram que a progressão da doença estava a ser travada pelo THC em macacos rhesus machos. Os autores dizem que "ainda não sabemos a razão para a diferença entre machos e fêmeas em relação ao tratamento crônico com delta-9-THC".
Louisiana State University Health Sciences Center, Nova Orleans, EUA.
Amedee AM, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 11 de Agosto de 2014. [na imprensa]
Ciência/Humanos — A concentração de endocanabinoides é diferente em mulheres obesas, em comparação com controles
Em um estudo de 189 mulheres (43 com obesidade mórbida, 30 obesas e 116 controles com peso normal), as concentrações dos endocanabinoides 2-AG e anandamida no sangue eram diferentes nos participantes apresentando obesidade.
Departamento de Psiquiatria, Hospital Universitario de Bellvitge-IDIBELL, Barcelona, Espanha.
Fernández-Aranda F, et al. PLoS One 2014;9(8):e104534.
Ciência — Canabinóides da Rádula marginata e da Cannabis sativa L
A Rádula marginata e a Cannabis sativa l. são as duas unicas espécies de plantas que contêm canabinóides, mas não há nenhuma relação evolutiva entre elas. Os investigadores encontraram endófitos semelhantes (bactérias e fungos) em ambas as plantas. Um endófito é um organismo endosimbiotico, muitas vezes uma bactéria ou um fungo, que vive dentro de uma planta pelo menos parte de sua vida sem causar doença aparente. A Rádula marginata pertence ao género rádula (hepáticas) e cresce na Nova Zelândia e na Tasmânia.
Departamento de Bioquímica e Engenharia Química, TU Dortmund, Alemanha.
Kusari P, et al. Antonie Van Leeuwenhoek. 7 de Agosto de 2014. [na imprensa]
Ciência/Células — O THC e o CBD aumentam a susceptibilidade à destruição de células de câncer de pulmão por células do sistema imunológico
Uma nova pesquisa mostra que os canabinóides aumentam a concentração de ICAM-1, uma proteína localizada na superfície das células do cancro de pulmão, que leva a um aumento da susceptibilidade à sua destruição pelos chamadas células assassinas ativadas, um tipo de célula imune. Os autores concluem afirmando que "estes resultados fornecem a evidência de um novo mecanismo antitumoral dos canabinóides"
Instituto de Toxicologia e Farmacologia, Universidade de Rostock, Alemanha.
Haustein M, et al. Biochem Pharmacol. 25 de Julho de 2014. [na imprensa]