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Boletim da IACM de 1 de setembro de 2012

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Ciência/Humanos — O uso de extrato de cannabis durante um longo período está associado com efeitos mantidos na espasticidade nos doentes com esclerose múltipla (MS)

Segundo um estudo aberto no Reino Unido com 146 doentes com esclerose múltipla e espasticidade o extrato de cannabis Sativex foi efetivo mesmo um ano depois do início do tratamento. O estudo foi dirigido pelo Dr. Michael Serpell, professor de anestesia na Clínica da Dor em Gartnavel na Universidade de Glasgow. Durante o estudo controlado de 6 semanas, o Sativex teve um efeito clínico relevante na espasticidade. A média de exposição ao tratamento no estudo de seguimento foi de 334 dias e os doentes se administraram por volta de 7.3 sprays (20 mg de THC e 18 mg de CBD) cada dia.

Cinquenta e dois (36 por cento) dos doentes saíram do estudo no primeiro ano, 14 por cento devido aos efeitos secundários e 9 por cento devido a perda da efetividade. Os efeitos adversos comuns (mais de dez por cento de casos) foram tonturas e cansaço. Efeitos adversos sérios aconteceram em 5 doentes, com dois efeitos psiquiátricos referidos por um doente. Os autores escreveram: “Não foram identificadas novas preocupações com a segurança no tratamento crónico com Sativex, e os efeitos secundários graves foram pouco comuns. No houve evidência de desenvolvimento de tolerância e os doentes que continuaram no estudo reportaram benefícios de forma continua.”

Serpell MG, Notcutt W, Collin C. Sativex long-term use: an open-label trial in patients with spasticity due to multiple sclerosis. J Neurol. 2012 Aug 10. [na imprensa]

EUA — Os cidadãos de Arkansas e Massachusetts vão decidir leis sobre a legalização da cannabis para uso medicinal em Novembro

O 22 de Agosto oficiais do estado de Arkansas aprovaram aceitar uma proposição para legalizar o uso medicinal da cannabis numa votação em Novembro. Os defensores pretendem fazer de Arkansas o primeiro estado do sul em aprovar a droga para algumas situações. O governador diz que “Cidadãos de Arkansas por um Uso Compassivo” conseguiram suficientes assinaturas para por a lei em votação

Dezassete estados do Distrito de Columbia legalizaram o uso da cannabis medicinal de alguma forma. A proposição permitiria aos habitantes de Arkansas com algumas doenças obter cannabis de dispensários com uma recomendação médica. Estas doenças incluem cancro, glaucoma, VIH, SIDA e doença de Alzheimer. A proposição também permitiria aos doentes ou a um cuidador cultivar cannabis se o doente mora a mais do que 5 milhas de distância até o dispensário mais próximo. Os votantes de Massachusetts vão decidir em Novembro como legalizar o uso o uso medicinal da cannabis. Ainda, em Colorado, Oregon e Washington, os votantes vão votar sobre a descriminalização da cannabis para uso lúdico.

San Francisco Chronicle of 22 August 2012

Notícias

Ciência/Humanos — O uso de cannabis não está associado ao desenvolvimento de depressão.

Segundo um estudo a longo prazo realizado com 45087 homens da suíços no foram observados efeitos do uso da cannabis no desenvolvimento posterior de depressão, mas foi confirmado um aumento no risco de esquizofrenia. Os sujeitos facilitaram dados sobre o uso da cannabis a idade de 18 anos e foi feito um seguimento durante 35 anos.

Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden.

Manrique-Garcia E, et al. BMC Psychiatry, 2012;12(1):112.

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Ciência/Humanos — A cannabis diminuiu o risco de acidentes nos mineiros do carvão.

Num pequeno estudo os mineiros envolvidos em acidentes apresentavam níveis de THC na urina inferiores do que os mineiros que não estiveram envolvidos em acidentes, enquanto aqueles envolvidos apresentavam maiores concentrações de cocaína e opioides. O estudo comparou 100 mineiros do carvão envolvidos em acidentes e 215 sujeitos controlo.

St. Mary's Occupational Medicine Clinic, Evansville, USA.

Price JW. J Addict Med. 2012 Aug 14. [na imprensa]

Ciência/Animais — Ativação do recetor CB2 protege o cérebro.

A ativação do recetor cannabinoide tipo 2 por um cannabinoide sintético (0-1966) incrementou a integridade da barreira hemato-encefálica em ratos apos um dano cerebral traumático. Tratamentos repetidos com o cannabinoide atenuaram o dano na barreira hemato-encefálica e ainda a degeneração das células nervosas do cérebro.

Thomas Jefferson University Hospital, Philadelphia, USA.

Amenta PS, et al. J Neurosci Res. 2012 Aug 18. [na imprensa]

Ciência/Células — A anandamida mostra potencial para proteger as células nervosas da Doença de Alzheimer.

Num estudo com células nervosas, a anandamida potenciou a atividade de um gen (Notch-1), que pode restaurar o desenvolvimento de novas células nervosas e cognitivas na doença de Alzheimer.

University of Dublin/Trinity College Institute of Neuroscience, Ireland.

Tanveer R, et al. J Biol Chem. 2012 Aug 13. [na imprensa]

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Ciência/Animais — Alimentar os peixes com acido linoleico faz aumentar as concentrações de endocannabinoides

Os azeites vegetais como o azeite de soja são reconhecidos como alternativas aceitáveis ao azeite de pescado para alimentar o salmão do Atlântico mas introduz grandes quantidades de ácido linoleico, um ácido gordo omega-6, nos filetes de salmão. Os salmões do Atlântico foram alimentados com óleo de pescado e com óleo de soja durante 6 meses. A alimentação com azeite de soja aumentou o ácido linoleico, diminuiu os ácidos gordos de cadeia longa omega-3 e elevou os endocannabinoides 2-AG e anandamida, resultando num acelerado ganho de peso.

National Institute of Nutrition and Seafood Research, Bergen, Norway.

Alvheim AR, et al. Br J Nutr. 2012 Aug 10:1-10. [na imprensa]

Ciência/Animais — O CBD protege os rins duma redução transitória do aporte sanguíneo.

O cannabidiol (CBD) dado de forma endovenosa uma hora antes e 12 horas depois de uma redução do aporte sanguíneo aos rins durante 30 minutos em ratazanas diminuiu o dano orgânico. Os investigadores concluíram: “O cannabidiol, devido as suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, pode representar uma potencial opção terapêutica como protetor” contra o dano renal provocado pela redução temporária do aporte sanguíneo.

College of Medicine, King Faisal University, Al-Ahsa, Saudi Arabia.

Fouad AA, et al. Life Sci. 2012 Aug 1. [na imprensa]